quinta-feira, 31 de março de 2011

SANTA MISSA - SACRIFÍCIO DE CRISTO NA CRUZ

O que é a Santa Missa?

Ela é a renovação do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pagou pelos nossos pecados na cruz. Tal Sacrifício se torna presente na Santa Missa no momento em que o pão e vinho tornam-se verdadeiramente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor, em memória do sacrifício da Cruz. Constitui: Memorial de Nosso Senhor - Banquete Sagrado - Sacrifício Perfeito

Memorial do Senhor:

"Fazei isto em memória de mim" - é a presença viva de Jesus, que vem diariamente a nós na missa. Na missa recordamos sua Morte, Ressurreição e Ascensão aos céus, à glória, que um dia partilhará conosco - se nós quisermos.

Banquete Sagrado;

Os primeiros cristãos seguiam o exemplo de Jesus ao inserirem a celebração da Eucaristia numa ceia. Era um tipo especial de ceia, um "ágape", palavra grega que significa "festa da amizade". A comunidade cristã reunia-se na casa de algum dos seus membros, pois, naturalmente, ainda não havia templos. A comida era repartida entre todos, como manifestação de amor mútuo. No fim da ceia, quem presidia, isto é, o bispo, celebrava a Eucaristia, segundo o exemplo de Cristo.

A "fração do pão" cedo se desligou da ceia chamada "ágape", passando a celebrar-se de manhã, enquanto o ágape se tomava ao anoitecer. Na metade do século II, ficou fixado o costume de comungar em jejum, e duzentos anos depois o costume do ápage tinha cessado por completo. É banquete, porque nela nos alimentamos do próprio Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo

Sacrifício Perfeito:

Com o transcorrer dos séculos, a palavra sacrifício perdeu grande parte do seu significado exato, e passou a indicar antes algo doloroso. Originalmente, no entanto, essa palavra tinha um só significado: aplicava-se à ação pela qual se oferece a Deus um dom. Deriva de duas palavras latinas: sacrum: sagrado, e facere: fazer. Fazia-se sagrada uma coisa subtraindo-a à posse e ao uso humanos, e oferecendo-a à Deus por um ato simbólico de doação. Deus quer ser honrado com dons oferecidos por suas criaturas. Todos os sacrifícios anteriores à Missa tinham um grande defeito: para Deus, os dons oferecidos não tinham, em si, valor nenhum, simplesmente devolviam a Deus as coisas que Ele mesmo havia criado (touros, ovelhas, pão e vinho - Mal 1, 11 e Salmo 109, 4).
Mas no Sacrifício da Missa a humanidade pode oferecer a Deus um dom digno d'Ele: o dom do seu próprio Filho, um dom de valor infinito, digno de Deus infinito. Aqui temos um dom que Deus não pode recusar, um dom precioso aos seus olhos porque é um dom de Deus a Deus.

É o Sacrifício da Missa o mesmo que o da Cruz?

O Sacrifício da Missa é substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos sacerdotes, seus ministros, sobre nossos altares, mas, quanto ao modo como é oferecido, o sacrifício da Missa difere do sacrifício da Cruz, conservando todavia a relação mais íntima e essencial com ele. Entre o Sacrifício da Missa e o Sacrifício da Cruz há esta diferença e esta relação: Jesus Cristo sobre a cruz se ofereceu derramando o seu sangue e merecendo para nós; ao passo que sobre os altares Ele se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da sua Paixão e Morte.

Para quem e para que fins se oferece o Santo Sacrifício da Missa?

O Santo Sacrifício da Missa oferece-se só a Deus e para quatro fins:
1º - Para honrá-lo como convém (Sacrifício Latrêutico);
2º - Para dar-lhe graças pelos seus benefícios (Sacrifício Eucarístico);
3º - Para aplacá-lo, para dar-lhe a devida satisfação pelos nossos pecados, para sufragar as almas do purgatório (Sacrifício Propiciatório);
4º - Para alcançar todas as graças que nos são necessárias (Sacrifício Impetratório).


Quem oferece a Deus o Santo Sacrifício da Missa?

O primeiro e principal oferente do Santo Sacrifício da Missa é Jesus Cristo, e o sacerdote é o ministro que em nome de Jesus Cristo oferece este sacrifício ao Pai. Quando Cristo veio ao mundo, antes de oferecer-Se em sacrifício na Sexta-feira Santa, celebrou uma ceia com Seus Apóstolos, na noite anterior. Essa ceia foi uma antecipação mística e real do sacrifício oferecido no dia seguinte. Na Última Ceia, Jesus antecipou Seu sacrifício, instituindo-o como perpétuo através do oferecimento de Seu Corpo e Seu Sangue. O mesmo Corpo morto na Cruz e o mesmo Sangue derramado foram distribuídos aos Seus Apóstolos, numa verdadeira antecipação do sacrifício.
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Como Jesus tornou perpétuo seu sacrifico e como ele constitui um único e não outro Sacrificio, na Santa Missa?
Além de antecipar o sacrifício, vimos, Jesus Cristo tornou-o perpétuo, quando mandou:" “fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19) Assim, os Apóstolos e seus sucessores devem obedecer ao mandamento de Jesus e fazer o que Ele ordenou: realizar o sacrifício. Se o sacrifício pôde ser antecipado, pode também, por ter-se tornado perpétuo, ser oferecido continuamente. Não se trata de um novo sacrifício, eis que o de Cristo foi definitivo e suficiente, mas do mesmo novamente tornado presente pelos Apóstolos, seus sucessores e os colaboradores destes.

O sacrifício de Jesus Cristo foi oferecido na Cruz, e é tornado novamente presente em cada Missa celebrada, portanto é o mesmo, único e suficiente sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido de uma vez por todas, ao Pai, na Cruz do Calvário, pelo perdão de nossos pecados, tornado real e novamente presente, ainda que de outro modo, incruento, no altar da igreja pelas mãos do sacerdote validamente ordenado. Como a Cruz foi a causa de nosso perdão, merecendo-nos a graça de Deus, assim também é a Missa. Tornado real e novamente presente: a mesma Cruz é tornada presente diante de nós, pois para Deus não há limite de espaço ou tempo.

"A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica. O que se repete é a celebração memorial, a 'exposição memorial' (memorialis demonstratio), de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se atualiza incessantemente no tempo. Portanto, a natureza sacrifical do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indireta ao sacrifício do Calvário.”" (Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 12)
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Qual o Esquema ou Roteiro da Santa Missa?
1 -Rito de entrada

- Procissão de entrada (do celebrante) - Canto de entrada (de pé)
- Celebrante reverência o alta e o beija (de pé)
- Sinal da cruz (de pé)
- Saudação e acolhida (pelo celebrante)(de pé)

- Ato penitencial (de pé): Exame de consciência e "confissão"; Absolvição sacerdotal; Kyrie: Senhor, tende piedade de nós (pode ser cantado)
- Glória (só nas missas festivas - cantado ou recitado (de pé)
- Coleta (oração oficiada pelo celebrante) (de pé)

2- Liturgia da Palavra

- Primeira leitura (feita pelo sacerdote, diácono, ou por um leigo) (sentados)
- Canto de meditação (por todos) (sentados)
- Segunda leitura (feita pelo sacerdote, diácono ou por um leigo) (sentados)
- Canto de aclamação ao Evangelho (pelo padre ou diácono) (de pé)
- Homilia (pela celebrante) (sentados)
- Profissão de fé (credo) (de pé)
- Oração dos fiéis (preces da comunidade) (de pé)

3 - Liturgia Eucarística

a) Ofertório:

- Procissão das ofertas (canto do Ofertório) (sentados)
- Apresentação do pão (padre eleva a hóstia) (sentados)
- Mistura umas gotas de água no vinho (sentados)
- Apresentação do vinho (elevando o cálice) (sentados)
- Purificação dos dedos do celebrante (sentados)
- Orai, irmãos (de pé)
- Oração sobre as ofertas (de pé)

b) Consagração:

- Prefácio (O Senhor esteja convosco...) (de pé)
- Santo, Santo, Santo ... (de pé)
- Invocação do Espírito Santo sobre as ofertas (de pé)
- Narrativa da ceia ("Estando para ser entregue...") (de joelhos)
- Consagração do pão ("Tomai e comei...") (de joelhos)
- Aclamação ("Eis o mistério da Fé") (de joelhos)
- Lembrança da morte e ressurreição do Senhor (de pé ou de joelhos)
- Oração pela Igreja militante (de pé ou de joelhos)
- Oração pela Igreja padecente (de pé ou de joelhos)
- Oração pela Igreja triunfante (de pé ou de joelhos)
- Louvor final ("Por Cristo, com Cristo, em Cristo...")(de pé ou de joelhos)

c) Comunhão:

- Pai-Nosso (com introdução feita pelo celebrante) (de pé)
- Pede a Deus que nos livre do mal (celebrante) (de pé)
- Rito da paz (saudação da paz entre todos) (de pé)
- Fração do pão (celebrante parte a hóstia grande) (de pé)
- Cordeiro de Deus (recitado ou cantando) (de pé)

- Rito da comunhão: "Felizes os convidados... (de pé); Senhor, eu não sou digno... (de pé); Distribuição da comunhão(de joelhos ou em pé e na boca) (sentados depois da comunhão); Purificação do cálice e âmbula (sentados)

- Oração pós-comunhão (oficiada pelo celebrante) (de pé)

4 - Rito Final

- Avisos e exortações do celebrante (sentados)
- Bênção final (de pé)
- Despedida ("Vamos em paz...") (de pé)



O que diz a instrução Redemptionis Sacramentum, sobre como se deve celebrar a Eucaristia?

No Capítulo II sobre a “participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia”, estabelece que:

-A participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia, e nos outros ritos da Igreja, não pode ser equivalente a uma mera presença, mais ou menos passiva, mas deve ser valorizada como um verdadeiro exercício da fé e da dignidade batismal. A força da ação litúrgica não está na mudança freqüente dos ritos, mas, verdadeiramente, em aprofundar na palavra de Deus e no mistério que se celebra.Entretanto, não se diz necessariamente que todos devam realizar outras coisas, em sentido material, além dos gestos e posturas corporais, como se cada um tivesse que assumir, necessariamente, uma tarefa litúrgica específica; embora convenha que se distribuam e realizem entre várias pessoas as tarefas ou diversas partes de uma mesma tarefa.
-Alenta a participação de leitores e acólitos que estejam devidamente preparados e sejam recomendáveis por sua vida cristã, fé, costumes e fidelidade ao Magistério da Igreja.
-Recomenda a presença de crianças ou jovens coroinhas que realizem algum serviço junto ao altar, como acólitos, e recebam uma catequese conveniente, adaptada a sua capacidade, sobre esta tarefa. A esta classe de serviço ao altar podem ser admitidas meninas ou mulheres, segundo o parecer do Bispo diocesano e observando as normas estabelecidas.

No Capítulo 3, sobre a “celebração correta da Santa Missa” especifica sobre: A matéria da Santíssima Eucaristia

-O pão a ser consagrado deve ser ázimo, apenas de trigo e feito recentemente. Não podem ser usadas cereais, substâncias diferentes do trigo. É um abuso grave introduzir em sua fabricação frutas, açúcar ou mel. As hóstias devem ser preparadas por pessoas honestas, especialistas na elaboração e que disponham dos instrumentos adequados. As frações do pão eucarístico devem ser repartidas entre os fiéis, mas quando o número deste excede as frações deve-se usar hóstia pequenas. O vinho do Sacrifício deve ser natural, do fruto da videira, puro e sem corromper, sem mistura de sustâncias estanhas. Na celebração deve ser misturado com um pouco de água. Não deve ser admitida, sob nenhum pretexto, outra bebida de qualquer gênero

A Oração Eucarística

-Só podem ser utilizadas as Orações Eucarísticas do Missal Romano ou as aprovadas pela Sé Apostólica.Os sacerdotes não têm o direito de compor orações eucarísticas, mudar o texto aprovado pela Igreja,nem utilizar outros, compostos por pessoas privadas. É um abuso que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, bem como por um só ou todos os fiéis juntos. A Oração Eucarística deve ser pronunciada em sua totalidade, e somente, pelo sacerdote. O sacerdote não pode partir a hóstia no momento da consagração. Na Oração Eucarística não se pode omitir a menção do Sumo Pontífice e do Bispo diocesano.

As outras partes da Missa

-Os fiéis têm o direito de ter uma música sacra adequada e idônea e que o altar, os paramentos e os panos sagrados, segundo as normas, resplandeçam por sua dignidade, nobreza e limpeza.
-Os textos da Liturgia não podem ser mudados.A liturgia da palavra não pode ser separada da liturgia eucarística, nem celebradas em lugares e tempos diferentes.
-A escolha das leituras bíblicas deve seguir as normas litúrgicas. Não está permitido omitir ou substituir, arbitrariamente, as leituras bíblicas prescritas nem mudar as leituras e o salmo responsorial com outros textos não bíblicos.
-A leitura evangélica fica reservada ao ministro ordenado. Um leigo, ainda que seja religioso, não deve proclamar a leitura evangélica na celebração da Missa.
-A homilia nunca poderá ser feita por um leigo. Tampouco os seminaristas, estudantes de teologia, assistentes pastorais nem qualquer membro de alguma associação de leigos. A homilia deve iluminar desde Cristo os acontecimentos da vida, sem esvaziar o sentido autêntico e genuíno da Palavra de Deus, por exemplo, tratando apenas de política ou de temas profanos, ou usando como fonte idéias que provém de movimentos pseudo-religiosos.
-Não se pode admitir um “Credo” ou Profissão de fé que não encontre nos livros litúrgicos devidamente aprovados.
-As oferendas, além do pão e do vinho, também podem compreender outros dons. Estes últimos devem ser colocados em um lugar conveniente, fora da mesa eucarística.
-A paz deve ser dada antes de distribuir a sagrada Comunhão, lembrando que esta prática não tem um sentido de reconciliação nem de perdão dos pecados.
-Sugere-se que o gesto da paz seja sóbrio e seja dado apenas aos mais próximos. O sacerdote pode dar a paz aos ministros, permanecendo no presbitério. Para não alterar a celebração e do mesmo modo se, por uma boa causa, deseja dar a paz a alguns fiéis. O gesto de paz é estabelecido pela Conferência de Bispos, com o reconhecimento da Sé Apostólica, “segundo a idiossincrasia e os costumes do lugar”.
-A fração do pão eucarístico deve ser feita somente pelo sacerdote celebrante, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou por um concelebrante, mas nunca por um leigo.
Esta começa depois de dar a paz, enquanto se diz o “Cordeiro de Deus”.
-É preferível que as instruções ou testemunhos expostos por um leigo sejam feitas fora da celebração da Missa. Seu sentido não deve ser confundido com a homilia, nem suprimi-la.

União de vários ritos com a celebração da missa

-Não se permite a união da celebração eucarística com outros ritos quando o que será acrescentado tem um caráter superficial e sem importância.
-Não é lícito unir o Sacramento da Penitência com a Missa e fazer uma única ação litúrgica. Entretanto, os sacerdotes, independentemente dos que celebram a Missa, sim podem escutar confissões, inclusive nos mesmo lugar onde se celebra a Missa. Isto deve ser feito de maneira adequada.
-A celebração da Missa não pode ser intercalada como acrescentado a uma ceia comum, nem se unir com qualquer tipo de banquete.
-A Missa não deve ser celebrada, salvo por uma grave necessidade, sobre uma mesa de jantar, ou na sala de jantar, ou no lugar que seja utilizado para uma recepção, nem em qualquer sala onde haja alimentos.
-Os participantes da Missa não podem sentar-se à mesa durante a celebração.
-Não está permitido relacionar a celebração da Missa com acontecimentos políticos ou mundanos, ou com outros elementos que não concordem plenamente com o Magistério.
-Não se deve celebrar a Missa pelo simples desejo de ostentação ou celebrá-la segundo o estilo de outras cerimônias, especialmente profanas.
-Não devem ser introduzidos ritos tirados de outras religiões na celebração da Missa.

No capítulo 4, sobre a “Sagrada Comunhão”, são apresentadas disposições como:

-Estando em consciência de estar em pecado grave, não se deve celebrar nem comungar sem antes recorrer à confissão sacramental, a não ser que seja por um motivo grave e não haja oportunidade de confessar-se.
-Deve-se vigiar para que não se aproximem à sagrada Comunhão, por ignorância, os não católicos ou, até mesmo, os não cristãos.
-A primeira Comunhão das crianças deve ser sempre precedida da confissão e absolvição sacramental. A primeira Comunhão sempre deve ser administrada por um sacerdote e nunca fora da celebração da Missa.
-O sacerdote não deve prosseguir a Missa até que tenha terminado a Comunhão dos fiéis.
-Somente onde a necessidade o requer, os ministros extraordinários podem ajudar o sacerdote celebrante.
-Pode-se comungar de joelhos ou de pé, segundo estabeleça a Conferência de Bispos, com a confirmação da Sé Apostólica.
-Os fiéis têm sempre direito a escolher se desejam receber a Comunhão na boca, mas se o que vai comungar quiser receber o Sacramento na mão, a Comunhão deve ser dada.
-Se existe perigo de profanação, o sacerdote não deve distribuir aos fiéis a Comunhão na mão.
-Os fiéis não devem tomar a hóstia consagrada nem o cálice sagrado por si mesmo, muito menos passá-los entre si de mão em mão.
-Os esposos, na Missa matrimonial, não devem administrar-se de modo recíproco a sagrada Comunhão.
-Não deve ser distribuída de maneira de Comunhão, durante a Missa ou antes dela, hóstias não consagradas, outros comestíveis ou não comestíveis.
-Para comungar, o sacerdote celebrante ou os concelebrantes não devem esperar que termine a comunhão do povo.
-Se um sacerdote ou diácono entrega aos concelebrantes a hóstia sagrada ou o cálice, não deve dizer nada, quer dizer, não pronuncia as palavras “o Corpo de Cristo” ou “o Sangue de Cristo”.
-Para administrar aos leigos a Comunhão sob as duas espécies, devem levar em conta, convenientemente, as circunstâncias, sobre as quais devem julgar em primeiro lugar os Bispos diocesanos.
-Deve excluir totalmente a administração da Comunhão sob as duas espécies quando exista perigo, até mesmo pequeno, de profanação.

A comunhão não deve ser administrada com cálice aos leigos onde:

1) seja tão grande a quantidade de vinho para a Eucaristia e exista o perigo de que sobre tanta quantidade de Sangue de Cristo, que deva ser consumida no final da celebração»;
2) o acesso ordenado ao cálice só seja possível com dificuldade;
3) seja necessária tal quantidade de vinho que seja difícil poder conhecer sua qualidade e proveniência;
4) quando não esteja disponível um número suficiente de ministros sagrados nem de ministros extraordinários da sagrada Comunhão que tenham a formação adequada;
5) onde uma parte importante do povo não queira participar do cálice por diversos motivos.
-Não se permite que o comungante molhe por si mesmo a hóstia no cálice, nem recebe na mão a hóstia molhada. A hóstia que a ser molhada deve ser feita de matéria válida e estar consagrada. Está absolutamente proibido o uso de pão não consagrado ou de outra matéria.

No capítulo 5, sobre “outros aspectos que se referem à Eucaristia”, esclarece que:

-A celebração eucarística deve ser feita em lugar sagrado, a não ser que, em algum caso particular, a necessidade exija outra coisa.
-Nunca é lícito a um sacerdote celebrar a Eucaristia em um templo ou lugar sagrado de qualquer religião não cristã.
-Sempre e em qualquer lugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo sacrifício em latim.
-É um abuso suspender de forma arbitrária a celebração da Santa Missa em favor do povo, sob o pretexto de promover o “jejum da Eucaristia”.
-Reprova-se o uso de copos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros copos de cristal, cerâmica, e outros materiais, que podem quebrar facilmente.
-A vestimenta própria do sacerdote celebrante é a casula revestida sobre o alva e a estola. O sacerdote que se reveste com a casula deve colocar a estola.
-Reprova-se o não uso das vestimentas sagradas, ou vestir apenas a estola sobre o cíngulo monástico, ou o hábito comum dos religiosos, ou a vestimenta comum.

No capítulo 6, o documento trata sobre “a reserva da Santíssima Eucaristia e seu culto fora da Missa”.E nos lembra que:

-O Santíssimo Sacramento deve ser reservado em um sacrário, na parte mais nobre, insigne e destacada da igreja, e no lugar mais apropriado para a oração.
-Está proibido reservar o Santíssimo Sacramento em lugares que não estão sob a segura autoridade do Bispo ou onde exista perigo de profanação.
-Ninguém pode levar a Sagrada Eucaristia para casa ou a outro lugar.
-Não se exclui a oração do terço diante da reserva eucarística ou do santíssimo Sacramento exposto.
-O Santíssimo Sacramento nunca deve permanecer exposto sem suficiente vigilância, nem sequer por um período muito curto.
-É um direito dos fiéis visitar freqüentemente o Santíssimo Sacramento.
-É conveniente não perder a tradição de realizar procissões eucarísticas.

É conciliável apresentações artísticas e Santa Missa?

Mesmo que, em algumas ocasiões especiais, tenha presenciado apresentações artísticas durante a Santa Missa, como uma peça de teatro encenada no Natal, isso não está correto. A Missa é um ato real em que Cristo Se oferece por nós em sacrifício ao Pai. É a Cruz tornada presente. Por isso, não há lugar para eventos que não apontem para essa realidade: uma encenação, por exemplo, passaria a idéia de tudo é mero símbolo, quando, na verdade, os símbolos da Missa indicam e refletem algo vivo, o sacrifício de Cristo.

As regras litúrgicas, por essa razão, não permitem que a Santa Missa seja interrompida. Se um coral deseja se apresentar, ou um grupo de atores quer representar o Evangelho, faça-se fora da Missa, antes ou depois dela. E, para que se utilize o recinto da igreja, cuide-se que o presbitério não seja usado como palco, respeitando o santuário, e também seja o pároco ou reitor extremamente zeloso de que não se faça algazarra no recinto sagrado.

Qual a língua oficial para a celebração da Santa Missa?

A língua oficial para a celebração da Santa Missa e de todos os atos litúrgicos, no rito romano, em ambas as formas, tradicional (tridentina) e moderna (renovada), é o latim. O Concílio Vaticano II, ao contrário do que muitos pensam, não aboliu o uso do idioma latino, antes o incentivou. “Salvo o direito particular, seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos latinos.” (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Sacrosanctum Concilium, 36, § 1)

Há, isso sim, uma permissão para que a Missa seja oferecida em vernáculo, i.e., nas línguas nacionais dos vários países. Pode-se, além disso, dizer determinadas partes da Missa em latim e outras em vernáculo.Portanto, a regra é que a Santa Missa, em rito romano, deva ser celebrada em latim, permitindo-se que seja oferecida em vernáculo. Para tal, as conferências episcopais devem traduzir os textos litúrgicos do latim ao idioma pátrio e submeter essas versões para aprovação da Santa Sé Romana. Interessante é celebrar ocasionalmente a Missa em latim na Diocese. Falamos da Missa Nova mesmo, do rito romano moderno, reformado por Paulo VI.

Também a Missa chamada Tridentina, o rito romano tradicional, anterior ao Vaticano II, para cuja celebração o Papa João Paulo II deu indulto mediante o Motu Proprio Ecclesia Dei, poderia ser oferecida, se conveniente e houver procura. Mas a Missa Nova em latim já é um grande bem.(Fonte: BRODBECK, Rafael Vitola. Apostolado Veritatis Splendor)

Qual o papel do silêncio na Celebração Eucarística

Quiesce in Domino et exspecta eum (Salmo 37, 7) No ritmo celebrativo, o silêncio é necessário para o recolhimento, para a interiorização e a oração mental (cf. Mane nobiscum Domine, 18). Não é vazio, ausência, mas sim presença, receptividade, reacção perante Deus que, aqui e agora, nos fala e que, aqui e agora, actua para nós. “Permanece em silêncio diante do Senhor”, recorda o Salmo 37 (36), 7. Na verdade, a oração, com os seus diferentes matizes – louvor, súplica, clamor, grito, lamento, acção de graças – forma-se a partir do silêncio.Entre os demais momentos da celebração da Eucaristia, assume particular importância o silêncio depois da escuta da Palavra de Deus (cf. Ordo Lectionum Missae, 28; IGMR, 128, 130 e 136) e, sobretudo, depois da comunhão do Corpo e Sangue do Senhor (cf. IGMR, 164).Tais momentos de silêncio são de certa maneira prolongados, fora da celebração, quando permanecemos recolhidos em adoração, oração e contemplação diante do Santíssimo Sacramento.

O próprio silêncio da tradição monástica, o dos tempos de exercícios espirituais, de dias de retiro, não serão talvez um prolongamento dos momentos de silêncio característicos da celebração eucarística, para que a presença do Senhor se possa enraizar em nós e dar frutos? Há que passar da experiência litúrgica do silêncio (cf. Carta apostólica Spiritus et Sponsa, 13) à espiritualidade do silêncio, à dimensão contemplativa da vida. Se não for ancorada no silêncio, a palavra pode deteriorar-se, transformar-se em barulho, ou mesmo em confusão.
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Posições e disposições diante da Celebração Eucarística
Procidebant ante sedentem in trono et adorabant viventem in saecula saeculorum (Ap 4,10)

A posição em que nos colocamos diante da celebração da Eucaristia – de pé, sentados, de joelhos – leva-nos às disposições do coração. É toda uma série de vibrações que se dá na comunidade orante. Se o estar em pé manifesta a liberdade filial dada pelo Cristo pascal, que nos libertou da escravidão do pecado, o estar sentado exprime a receptividade cordial de Maria que, sentada aos pés de Jesus, escutava a sua palavra; o estar de joelhos ou profundamente inclinado mostra que devemos tornar-nos pequenos diante do Altíssimo, diante do Senhor (cf. Fil 2, 10). A genuflexão diante da Eucaristia, como fazem o sacerdote e os fiéis (cf. IGMR, 43), exprime a fé na presença real do Senhor Jesus no Sacramento do altar (cf. CIC, 1387).

Reflectindo aqui na Terra, nos santos sinais, a liturgia celebrada no santuário do céu, imitamos os anciãos que “se prostravam diante d’Aquele que vive pelos séculos dos séculos” (Ap 4,10). Se na celebração da Eucaristia adoramos o Deus que é connosco e para nós, uma tal experiência do espírito deve prolongar-se e reflectir-se também em tudo o que fazemos, pensamos e operamos. A tentação, sempre insidiosa, de preocupar-se com as coisas deste mundo pode levar-nos a dobrar os joelhos diante dos ídolos, não já diante de Deus apenas. As palavras com que Jesus, no deserto, rejeita as idólatras sugestões do demónio devem encontrar eco no nosso falar, pensar e agir quotidianos: “Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás” (Mt 4, 10). Dobrar os joelhos diante da Eucaristia, adorando o Cordeiro que nos permite celebrar a Páscoa com Ele, educa-nos a não nos prostrar diante de ídolos construídos por mãos de homem; e estimula-nos a obedecer, com fidelidade, docilidade e veneração, a Quem reconhecemos como único Senhor da Igreja e do mundo.

Os Santos e a Santa Missa

"Na hora da morte, as Missas, às quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, pois, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor. Será ratificada no céu a bênção, que do sacerdote receberes na Santa Missa. Assistindo-a com devoção, prestas a maior das honras à Santa Humanidade de Jesus Cristo (Santo Agostinho)

"Cada Missa à que assistires, alcançar-te-á no céu maior grau de glória. Serás abençoado em teus negócios pessoais e obterás as graças, que te são necessárias"(São Jerônimo)

"Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo com uma devoção e amor acima do entendimento dos anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus Cristo, para a salvação da humanidade"
(Santa Matilde)

"Nenhuma língua humana pode exprimir os frutos de graças, que atrai o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa"(São Lourenço)

"O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor".(São Tomás de Aquino)

"Vale tanto a celebração da Missa como a morte de Jesus Cristo, pela qual nos redimiu de todos os nossos pecados.(São João Crisóstomo )

"Deixem o sacerdote celebrar a Santa Missa do modo e maneira conveniente , segundo a liturgia determinada pela Igreja. Não queiram usar de novidades, como se tivessem mais luz que o Espírito Santo e a sua Igreja".(São João da Cruz)

"Pasme o homem todo, estremeça a terra inteira, rejubile o céu em altas vozes quando, sobre o altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo, Filho de Deus vivo! Ó grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência do pão" (São Francisco de Assis)