sábado, 19 de fevereiro de 2011

Os Padres da Igreja e a Mariologia

A Mariólogia¹ tem sua origem nas raízes do Cristianismo, o primeiro a mencionar aspectos mariológicos e pontos sob a figura de Maria no plano de Salvação em Cristo e a estudá-la foi Santo Ireneu de Lião (†202) Grande Pai Ocidental da Igreja em sua obra; “De Recapitulacionae” explica-nos; é o primeiro a declarar Maria como a nova Eva mãe do novo Adão; mais tarde muitos outros Pais da Igreja, demostraram em suas obras a devoção e piedade cristã que deste dos primeiros crentes tinha-se por Nossa Senhora, fato que herdou a Teologia Católica com o estudo Mariológico fazendo compreender “A missão de Maria na História da Salvação” (BOFF, Clodovis. 2009, p.11).



“As etapas da salvação da humanidade são percorridas no sentido inverso ao da queda, desligando-se progressivamente, os laços das últimas até as primeiras [...] É assim que o laço da desobediência de Eva, sem pecado, mas que peca, é desligado pela obediência de Maria, [...]”.

Mais tarde os padres da Igreja o apoiarão como, por exemplo, no século II, poderíamos citar também S. Justino, (†165); Santo Ireneu (†202) ao qual relacionamos acima: Tertuliano de Cartago, (†220) S. Atanásio, (295-373) Santo Efrém (†373), Escreveu belos hinos de louvor a Maria São Cirilo de Jerusalém (†386); São Cirilo de Alexandria (†444) Doutor Mariano;

Dentre os decorreres dos séculos a figura Mariana entre os Padres da Igreja ficará cada vez mais forte;

Orígenes: afirma; (184-254)

“Maria tem dois filhos, um, homen-Deus e o outro puro homem; de um Maria é Mãe corporal, do outro, Mãe espiritual” (Speculum B.M.V., lect. III art. 1,2º )

Santo Agostinho (354-430) diz;

“A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir a nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir a ele.” (Santo Agostinho Sermo 113 in Nativit. Domini).

São Leão Magno [Grande]:(400-461) diz;

“Digo com os Santos: Maria Santíssima é o paraíso terrestre” (S. Leão Grande; Sem. de Annuntiatione)

São Germano de Constantinopla - (610-733) Diz;

“Pois ninguém fica cheio do pensamento de Deus se não for por ela” (S. Germano de Constantinopla : Sermo 2 in Dormit.)

São Ildefonso de Sevilha (†636) diz;

“Eis por que, quanto mais, em uma alma, ele encontra Maria, sua querida e inseparável esposa, mais operante e poderoso se torna para produzir Jesus Cristo nessa Alma, e essa alma em Jesus Cristo.” (S. Ildefonso, Líber de Corona Virginis, cap. III).

S. João Damasceno (675-749) este que em suas inúmeras obras falou e ensinou muito a respeito de Nossa Senhora diz;

“Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça.” ( Sermo 2 in Dormitione B. M.).

“Prendemos, as almas à vossa esperança, como a uma âncora firme”: (S. João Damasceno; Sermo 1 in Dormitione B. M.V.)

“Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá, aqueles que quer salvar.” ( São João Damasceno).

“Os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça” (S. João Damasceno, Oratio I de Nativitati B. V.).

S. Gregório Palamás Padre oriental do séc. VIII, em uma de suas Homilia sobre a Mãe de Deus diz;

“Se por um lado, Maria concede a Deus entre os homens, por outro, o Senhor encarna numa virgem Imaculada que está acima de toda a pureza e de toda a santidade”.

A Santa Tradição Apostólica confirmada pelos Pais da Igreja reconhece em Maria, a nova Eva:

Eva foi causa de morte para si e Adão, e para todo homem ao olhar para traz e ouvir o tentador, introduzindo na humanidade o pecado pela desobediência e pelo orgulho as próximas gerações, a segunda Eva Maria, torna-se causa de salvação para si e para humanidade por causa do seu sim (obediência) a Deus, introduzindo a Redenção e a vida, ao homem, por que na sua humildade traz ao mundo a Graça que só ela tinha achado, volto-se e fincou os olhos em Deus. (Santo Ireneu de Lião. Séc. II).

Notas:

Mariologia¹: Matéria teológica pertencente à Teologia Dogmática, estudo dedicado ao estudo da pessoa, lugar e importância de Maria, em âmbitos teológicos como a encarnação do verbo e seu plano soteriológico e junto a Redenção operada por Cristo (Cristológico). Além do papel e devoção apresentada a Mãe de Jesus na Igreja desde seu inicio.

Referencias:

[1] BOFF, Clodovis. Introdução à mariologia. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009

[2] São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 19ª Edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1992.