sábado, 19 de fevereiro de 2011

Descristianização e Revolução Anticristã

1. Introdução

O saudoso Papa João Paulo II, na sua fabulosa encíclica Veritatis Splendor, em 1993, denuncia que nossa sociedade vive hoje uma crise de fé e moral, que ele chama de “descristianização” – isto é, uma sociedade que era cristã e já não é mais. Ele afirma que "a descristianização que pesa sobre povos e comunidades inteiras, outrora ricas de fé e de vida cristã, comporta não só a perda da fé ou de qualquer modo a sua ineficácia na vida, mas também, e necessariamente, um declínio ou um obscurecimento do sentido moral: e isto, quer pela dissipação da consciência da originalidade da moral evangélica, quer pelo eclipse dos próprios princípios e valores éticos fundamentais." (Veritatis Splendor, 106) O termo "descristianização" também tem sido utilizado em várias ocasiões pelo Sumo Pontífice gloriosamente reinante, o Papa Bento XVI.

Um rápido olhar histórico nos dá, em relação a esta crise, constatar que vivemos uma verdadeira revolução anticristã, que vem destruindo a ordem cristã anteriormente estabelecida. Com efeito, desde a conversão do Império Romano à fé católica no século IV, e graças a colaboração entre a Santa Igreja e o Estado que se estabeleceu à partir de então, o ocidente foi evangelizado e a Santa Igreja Católica Apostólica Romana gerou uma cultura cristã na sociedade ocidental, que vigorou fortemente durante toda a Idade Média. Graças a isto, as Américas posteriormente receberam o anúncio do Santo Evangelho.

Foi em relação à Idade Média que o Papa Leão XIII escreveu, em 1885: "Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos príncipes e à proteção legítima dos magistrados. Então o sacerdócio e o império estavam ligados em si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, frutos cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer." (Immortale Dei, 28)

Esta mencionada revolução anticristã, em seu processo de descristianização, pode ser claramente identificada em suas três primeiras fases: a revolução protestante, a revolução francesa e a revolução socialista. Antes, porém, de explicitarmos tais etapas, importa conhecer o mecanismo de tal revolução.



2. Mecanismo da revolução

A revolução anticristã tem origem em duas perigosas tendências da natureza humana decaída pelo pecado original: o ORGULHO e a SENSUALIDADE. Estes dois vícios, aliás, aparecem no pecado original (Gn 3): foi por orgulho que Satanás tentou o homem a ser igual a Deus (“No dia em que comerdes o fruto, sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal!”) e foi por sensualidade que ele optou em experimentar do prazer que o fruto proibido proporcionaria (“A mulher, vendo que o fruto da árvore era de bom sabor e de muito agradável aspecto...”).

Tais tendências se fazem presentes na revolução anticristã atual. O orgulho gera o ódio a toda superioridade, autoridade, hierarquia e diferença. A sensualidade gera o apetite desordenado ao prazer sensível na terra. Tais tendências desordenadas se manifestam através das idéias LIBERAIS e IGUALITÁRIAS da revolução anticristã, isto é, de um liberalismo moral contrário à lei natural e um ódio a toda e qualquer desigualdade, mesmo às desigualdades justas.

Em relação ao liberalismo moral da revolução, o Sagrado Magistério da Igreja, infalível em matéria de fé e moral, é claro em ensinar que existe uma lei moral natural, que é objetiva (Catecismo da Igreja Católica, 2035; 1954-1960). Embora a adesão a ela exija muitas vezes um combate interior, seu cumprimento é condição para que o ser humano viva em comunhão com Deus e haja ordem social - ordem esta que haveria se todos os homens adorassem a Deus, se houvesse amor e respeito nas famílias, perdão entre os homens e entre os povos, e não houvessem homicídios voluntários, adultérios, roubos, assaltos, invasões de terra, mentiras, nacionalismos desordenados, governos totalitários, e assim por diante.

Em relação ao igualitarismo da revolução, importa esclarecer aqui a diferença das desigualdades justas e injustas; as injustas são aquelas que atentam contra a ordem natural das coisas e a dignidade do ser humano - por exemplo, é vítima de uma desigualdade injusta o ser humano que não possui alimento, moradia ou outras condições dignas de vida. As desigualdades justas são aquelas que estão de acordo com a ordem natural das coisas. Podemos citar aqui, por exemplo,

•a hierarquia celeste: nos ensina a teologia católica que Deus, em sua infinita dignidade, está acima de toda a criatura; a Santíssima Virgem, acima dos santos anjos, que estão acima dos santos, e mesmo entre eles há graus de glória diversos (se eu alcançar menos méritos do que Santa Terezinha alcançou na terra, eu não terei no céu o mesmo grau de glória que ela);
•as desigualdades que decorrem da hierarquia da Santa Igreja instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo - e nela o Santo Padre está acima dos demais Bispos, que estão acima dos demais sacerdotes, que estão acima dos diáconos, que estão acima dos leigos (Catecismo da Igreja Católica, 874-896);
•as desigualdades terrenas que decorrem das diferenças acidentais entre os seres humanos - por exemplo, se uma pessoa X trabalha e a Y não quer trabalhar, é natural que a pessoa X enriqueça mais que a pessoa Y, e isto é justo! Mais ainda, é natural que os filhos da pessoa X tenham uma herança maior que os filhos da pessoa Y, e isto também é justo (Catecismo da Igreja Católica, 1934-1938); negar isso seria atentar contra o direito natural à propriedade privada (Catecismo da Igreja Católica, 2401).
Poderíamos chamar as idéias liberais e igualitárias, que a revolução anticristã traz, de um grande mecanismo coletivo de negação da verdade objetiva. Pe. Raniero Cantalamessa, pregador do Casa Pontifícia, escreveu: "Em vez de libertar-se do pecado, hoje todo empenho concentra-se em libertar-se do remorso do pecado; em vez de lutar contra o pecado, luta-se contra a idéia de pecado. Faz-se o que, em todas as demais áreas, é tido como a pior coisa possível, isto é, negar o problema, em vez de resolvê-lo; rechaçar e sepultar o mal no inconsciente, em vez de removê-lo, como quem imaginasse eliminar a morte, eliminando a idéia da morte ou como quem se preocupasse com eliminar a febre sem preocupar-se com a doença, cujo providencial sintoma revelador é a febre." ("A vida sob o Senhorio de Cristo", cap.7, 1996)



3. Primeiras etapas da revolução

Como falamos acima, a primeira etapa da revolução anticristã se deu com a REVOLUÇÃO PROTESTANTE, iniciada no século XV por Martinho Lutero e Calvino, rompendo com o Sagrado Magistério da Igreja e propondo a livre interpretação da Sagrada Escritura (o que carece totalmente de coerência, tendo em vista que foi o próprio Sagrado Magistério da Igreja quem compilou a Sagrada Escritura no pontificado de S. Dâmaso, no séc. IV!). Nesta etapa:

•O igualitarismo se manifesta através da negação protestante da autoridade do Santo Padre e da negação da diferença essencial e mística entre ministros ordenados e leigos.
•O liberalismo moral se manifesta através do princípio protestante da livre interpretação da Sagrada Escritura, o que propiciou já de início a supressão do celibato e aceitação do divórcio.
Sendo a Santa Igreja grande promotora da ordem social, o golpe que ela sofre na revolução protestante tem efeito na sociedade. Ocorre a partir de então o surgimento e disseminação das falsas doutrinas do racionalismo (que vê a razão humana como único caminho para conhecer a realidade, descartando a possibilidade da Revelação Divina) e do iluminismo, que em uma nítida conspiração contra a Santa Igreja e à cultura gerada por ela, propaga a idéia de que a Idade Média foi a “idade das trevas” - idéia esta que infelizmente ainda hoje se faz presente.

A propagação de tais doutrinas, por sua vez, geram, no século XVIII, a segunda grande etapa da revolução anticristã: a REVOLUÇÃO FRANCESA, liderada pelos intelectuais racionalistas e iluministas. Nesta etapa:

•O igualitarismo se manifesta através do ódio à nobreza em parte do povo: é importante esclarecer aqui que o abuso não tolhe o uso; mesmo que haja abusos da nobreza, abolir as classes sociais é atentar contra a ordem natural das coisas, como já foi demonstrado acima - o poder absolutista dos reis, aliás, que foi um dos fatores que provocou a Revolução Francesa (e é um abuso evidente!), inexistia na Idade Média, onde havia o sistema feudal (essencialmente descentralizador).
•O liberalismo moral se manifesta na recusa da sujeição a Deus, através da vitória do ateísmo e do agnosticismo que se dá com a separação radical entre a Santa Igreja e o Estado - o que atenta contra a doutrina social católica, como ensinaram explicitamente os Papas Gregório XVI, Beato Pio IX e São Pio X (nos documentos Mirari Vos, 16; Quanta Cura, 3; Syllabus, preposição 55; Vehementer Nos).
A Revolução Francesa significou o holocausto de inúmeros sacerdotes, religiosos e leigos católicos que se opuseram a ela.

A terceira grande etapa da revolução anticristã se dá já no século XX, com a REVOLUÇÃO SOCIALISTA, que significa a aplicação do igualitarismo revolucionário no campo econômico, atentando contra as justas desigualdades que decorrem do direito natural à propriedade privada e do direito natural à livre iniciativa.

Na Rússia, nesta etapa:

•O igualitarismo se manifesta também nesta etapa através da negação explícita da existência de Deus na doutrina comunista de Marx.
•O liberalismo moral através de uma “onipotência do Estado” - o Estado não tem, evidentemente, o direito de atentar contra a lei natural, como o faz quando nega os direitos à propriedade privada e à livre iniciativa (Catecismo da Igreja Católica, 2425).
Tal revolução significou o martírio de muitos cristãos ortodoxos na Ex-União Soviética.

Como uma falsa reação ao marxismo, surge posteriomente na Alemanha o socialismo nacionalista liderado por Hitler: o nazimo. Seu partido era chamado "Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães", sendo portanto também um filho da revolução. Ao contrário do que se diz em alguns meios, a Santa Igreja se opôs frontalmente ao nazismo, que foi condenado pelo Papa Pio XI, na encíclica "Mit Brennener Sorge" (em português, "Com crescente apreensão"). O nazismo colaborou na catástrofe da segunda grande guerra mundial, cumprindo-se o que a Santíssima Virgem havia predito em Fátima, em 1917: "Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz. Se não, ela vai espalhar seus erros pelo mundo gerando guerras. (...) Esta guerra vai terminar, mas se o mundo não parar de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior."



4. Revolução na atualidade

Nas últimas décadas, parece estar avançando uma quarta etapa da revolução anticristã, identificada por pensadores católicos como um TRIBALISMO, isto é, uma dissolução geral dos traços da civilização que a fé católica gerou e o retorno a um estado de vida pagão e anterior à civilização cristã.

O liberalismo moral se manifesta atualmente sobretudo no liberalismo sexual a partir da década de 1960, bem como nos atentados contra a vida humana através da tentativa de justificação do aborto, da eutanásia e das experiências com células-tronco embrionárias. O apetite desordenado ao prazer sensível na terra e o ódio desordenado ao sofrimento manifesta-se ainda, nas correntes mais avançadas da revolução anticristã, em um pacifismo, que rejeita todo e qualquer uso da violência - mesmo se for usado nas situações lícitas e por causa nobres, como a legítima defesa e a guerra justa na defesa de uma nação (Catecismo da Igreja Católica, 2270-2279; 2263-2267; 2307-2314).

O igualitarismo, nesta etapa, embora se manifeste nos fatos através de um avanço de várias leis civis socialistas no ocidente, manifesta-se também nas correntes mais avançadas da revolução:

•Na atual utopia da abolição total do estado, que se tornaria, segundo tais revolucionários, “desnecessário pela evolução da consciência humana” - o que também é manifestação do liberalismo moral, pelo sonho em viver sem estar submisso a nenhuma autoridade e nenhuma lei, o que contraria a doutrina social católica (Catecismo da Igreja Católica, 1897-1904).
•Com a doutrina panteísta da New Age, no campo religioso, onde tudo e todos são considerados divindade e não há distinção entre Criador e criatura.
•Em um ecologismo desordenado que nega a dignidade do ser humano e o iguala a qualquer outro ser - por isso há mais interesse na defesa da espécie em extinção do mico-leão-dourado do que dos bebês assassinados no ventre de suas mães ou se defende o vegetarianismo como se fosse uma questão ética.
Nessa dissolução total dos traços da civilização que a fé católica gerou, vemos inclusive nas correntes mais avançadas da revolução anticristã uma repulsa a tudo o que é estritamente racional e metódico, valorizando no conhecimento mais a “vivência” e "a experiência" do que o raciocínio lógico - refletindo-se, inclusive, nos métodos de ensino nas escolas e universidades. Isto tem como pano de fundo a filosofia moderna, que afirma que é impossível ao homem conhecer a verdade objetiva, e tudo é relativizado, justificando-se assim, no pensamento revolucionário, todas as suas doutrinais liberais e igualitárias - é isto que o Santo Padre Bento XVI tem denunciado como “ditadura do relativismo”, que aceita qualquer idéia...exceto a idéia de que exista uma verdade objetiva!

No campo religioso, tal posicionamento leva à adesão a formas irracionais de religiosidade, como vemos na New Age, que traz à tona diversos elementos pagãos que já haviam sido expurgados da civilização cristã, tais como o panteísmo, a astrologia, a bruxaria, o xamanismo, o misticismo oriental, a crença na reencarnação, em gnomos, a busca do contato com extraterrestres que seriam propagadores dos citados elementos religiosos, e assim por diante. Adeptos da New Age aguardam uma futura manifestação pública de um "novo messias", que viria instaurar um novo tempo que eles chamam de "era de aquário”; tal “messias’ é chamado "Maitreya" – identificado por muitos cristãos católicos e protestantes como o Anticristo bíblico (II Ts 2, 3-9).

É preciso alertar, ainda, para o perigo daqueles que, no interior da Santa Igreja, se dizem católicos, mas em maior ou menor grau, estão imbuídos das idéias liberais e igualitárias da revolução. A respeito deles, o Papa São Pio X, já em 1907, alerta: "O que exige que sem demora falemos, é antes de tudo que os fautores do erro já não devem ser procurados entre inimigos declarados; mas, o que é muito para sentir e recear, se ocultam no próprio seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos percebidos." (Pascendi Dominici Gregis) Também a eles o Papa Paulo VI se referia quando afirmou: "Através de uma brecha penetrou a fumaça de Satanás no templo do Senhor." (29/06/1972) Aqui na América Latina, os que se dizem católicos, mas de forma mais extremada estão imbuídos com as idéias da revolução, estão afinados com a ideologia da Teologia da Libertação, de Leonardo Boff, Frei Betto e Marcelo Barros.



5. Contra-revolução e Nova Evangelização

A revolução anticristã vem, portanto, conduzindo nossa sociedade a um novo paganismo. É necessário, portanto, para combater tal revolução, uma ação contra-revolucionária, que implica no conhecimento claro do processo revolucionário anticristão e do combate à ele, empenhando-se na defesa da Santa Igreja, da compatibilidade entre a fé católica e a razão, da supremacia da razão sobre as emoções, da existência de uma moral objetiva, da dignidade da vida humana, da família monogâmica, da propriedade privada e da justa ordem social.

Tal processo contra-revolucionário coincide, certamente, com a Nova Evangelização convocada pelo saudoso Papa João Paulo II. Ele afirma: "A evangelização — e, portanto, a nova evangelização — comporta também o anúncio e a proposta moral. O próprio Jesus, precisamente ao pregar o Reino de Deus e o Seu amor salvífico, fez apelo à fé e à conversão (cf. Mc 1, 15). E Pedro, com os outros Apóstolos, ao anunciar a ressurreição de Jesus de Nazaré de entre os mortos, propõe uma vida nova a viver, um caminho a seguir para ser discípulo do Ressuscitado (cf. Act 2, 37-41; 3, 17-20). Tanto ou mais ainda que pelas verdades da fé, é ao propor os fundamentos e os conteúdos da moral cristã que a nova evangelização manifesta a sua autenticidade." (Veritatis Splendor, 107)

É preciso que se combata as inverdades propagadas contra Nosso Senhor Jesus Cristo, a Santa Igreja e a Idade Média (como vemos em obras antigas e atuais como "Código da Vinci"); que se combata os preconceitos que a revolução anticristã propagou contra a Santa Igreja e a tornou vista como mentirosa, desumana e irracional. É preciso apresentar a fé católica como compatível com a razão humana; a Santa Igreja como, por excelência, defensora da dignidade do ser humano e promotora de um sadio humanismo; a moral objetiva como condição para a justa ordem social; Deus como aquele que é Justo e Misericordioso, e ama infinitamente o ser humano (como enfatizou o Santo Padre Bento XVI na sua sensacional encíclica “Deus Caritas Est”). É preciso mostrar que, como o Santo Padre tem ensinado, a fé católica não é um conjunto de proibições, e sim um fascinante projeto de vida.

O caminho para a contra-revolução passa, necessariamente, pela aproximação dos contra-revolucionários e a propagação do que defendem, buscando atingir os grandes meios de comunicação (mas sem desprezar os meios menores, que certamente são caminhos para os maiores) e a conscientização daqueles que potencialmente têm maior influência na sociedade (tendo em vista que sempre foram eles que promoveram a revolução anticristã).

Correspondamos, assim, à graça que o Espírito Santo nos concede. Lembrou o Papa Paulo VI que "a evangelização nunca será possível sem a ação do Espírito Santo" (Evangelii Nuntiandi, 75) Nos abramos, portanto, a Sua ação, e assim o façamos para que se cumpra o quanto antes o Triunfo do Imaculado Coração da Santíssima Virgem, que Ela anunciou nas suas aparições em Fátima: “Por fim, Meu Coração Imaculado Triunfará”.