“Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos. Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes: Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!” (Salmo 8).
Eu volto a pergunta do Salmo: “Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele?” Deus pensa em você, Ele que é o Criador. Deus criou tudo isso para nós.
Veja como Deus no infinito amor nos ama tanto:
“Então Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra." Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra" (Gênesis 1,26-28).
Além de fazer o homem a Sua imagem e semelhança Deus o abençoou.
“O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente” (Gênesis 2, 7). Então o homem começa a ver tudo que Deus criou.
“Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado” (Gênesis 2, 8).
Deus fez um jardim para que o homem fosse feliz. Fez isso para mim e para você, Ele nos escolheu.
“O Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores, de aspecto agradável, e de frutos bons para comer; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal” (Gênesis 2, 9).
Todo tipo de fruto tinha lá para saciar a nossa fome. Não tinha fruto podre, só fruto bom.
“Um rio saía do Éden para regar o jardim, e dividia-se em seguida em quatro braços: O nome do primeiro é Fison, e é aquele que contorna toda a região de Evilat, onde se encontra o ouro. (O ouro dessa região é puro; encontra-se ali também o bdélio e a pedra ônix.) O nome do segundo rio é Geon, e é aquele que contorna toda a região de Cusch. O nome do terceiro rio é Tigre, que corre ao oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates” (Gênesis 2, 10-14). Lá Ele colocou um rio para nós. Imagine!
“Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos campos, e todas as aves dos céus, levou-os ao homem, para ver como ele os havia de chamar; e todo o nome que o homem pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome” (Gênesis 2, 19).
Deus deixou a gente dar nome a sua criação. Esse Deus é maravilhoso. E Deus na sua infinita bondade não quis que o homem ficasse só, porque no céu Ele não ficava sozinho. Então Deus leva o homem ao sono profundo e de sua costela faz a mulher.
No capítulo 3 de Gênesis fala que Deus sempre vinha visitar o homem. Que é o homem para Deus se lembrar tanto dele? Em Isaías, Deus fala que mesmo se a mulher esquecesse de amamentar o filho, Ele diz que jamais se esquecerá de nós. Deus é muito bom mesmo. Que é homem? Pó. E Deus é Deus.
Quando termina a criação e os olhos d'Ele vai no homem, Ele fica maravilhado. Mas aqui eu entro com uma pergunta: “Como o homem olha Deus?” Deus nos vê assim. Mas e o homem quando contempla a Deus, o que ele faz? Como ele vê Deus?
Deus nos dá a liberdade. Ele mostra uma árvore e fala para não comer do fruto, mas o homem vai lá e come, faz tudo errado. Como Ele não quer que o homem o ame por obrigação, Ele o deixa na liberdade. A partir do fruto que o homem comeu, foi só besteira.
No livro de Jó vemos alguns questionamentos de Deus para com Jó. “Onde estavas quando lancei os fundamentos da terra? Fala, se estiveres informado disso” (Jó 38,4).
Quando Deus fez a terra onde você estava?
“Algum dia na vida deste ordens à manhã? Indicaste à aurora o seu lugar” (Jó 38,12). Alguém aqui já fez isso?
“Penetraste nos depósitos da neve? Visitaste os armazéns dos granizos” (Jó 38,22). Alguém já falou para neve parar de cair?
“Terá a chuva um pai? Quem gera as gotas do orvalho?” (Jó 38,28). Quando você acorda é você quem gera o orvalho? Ou é seu marido, seu filho?
“Levantarás a tua voz até as nuvens, e o dilúvio te obedecerá?” (Jó 38,34).
Já viu que, as vezes, vamos para Deus murmurar? As vezes tratamos Deus como Ele não nos trata. Ele fica nos paparicando e nós batemos o pé, esperneamos. “O Senhor não fez isso para mim, não vou rezar mais”. Somos petulante diante de Deus. Reclamamos: “Por que o Senhor fez isso, levou meu filho?”
“Jó respondeu ao Senhor nestes termos: Leviano como sou, que posso responder-te? Ponho minha mão na boca; falei uma vez, não repetirei, duas vezes... nada acrescentarei” (39,34-35).
No livro de Daniel encontramos a narração de como somos e como Deus é:
“Ah! Senhor, Deus grande e temível, que sois fiel à aliança e que conservais vossa misericórdia àqueles que vos amam e guardam vossos mandamentos: nós pecamos, prevaricamos, cometemos maldade, fomos recalcitrantes, desviamo-nos de vossos mandamentos e de vossas leis. Não escutamos vossos servos, os profetas, que falaram em vosso nome a nossos reis, a nossos chefes, a nossos antepassados e a todo o povo da terra. A vós, Senhor, a justiça, e para nós a vergonha, como hoje acontece ao povo de Judá e de Jerusalém, a todo o Israel, àqueles que estão perto e àqueles que estão longe, em todos os países aonde os haveis dispersado por causa das iniquidades que cometeram contra vós. Sim, Senhor, para nós a vergonha, para nosso rei, nossos chefes e nossos antepassados, porque pecamos contra vós” (Daniel 9, 4-8).
Em outras palavras somos sem vergonha. Deus nos dá todas as coisas e ainda nos achamos no direito de O cobrar. O tratamos como nosso “escravo”, faça isso, faça aquilo. Era para ficarmos com vergonha. Nós pecamos, somos maldosos... Tem gente que quer que o padre fale aquilo que elas gostam. Querem continuar no erro, tudo mundo se acha no direito de falar: “quero que o senhor padre fale isso”. E quando o padre fala o contrário, bate o pé. A gente não ouve os profetas, os padres.
Somos sem vergonha. Não reconhecemos a bondade de Deus, que Ele toma conta de nós. Isso causa entre nós e Deus um afastamento. Temos nossas exigências porque Deus não faz a nossa vontade, e tem gente que diz que fala assim com Deus porque é íntimo d'Ele, então começa dizer para Ele as coisas: “o Senhor nunca faz o que eu quero”. Somos íntimos temos o direito de brigar com Ele, porque quando Ele fez o firmamento estávamos lá, e ainda demos nossa opinião, “eu não quero a terra quadrada, quero redonda”.
Viver o combate na oração é reconhecer os nossos pecados, que somos pó, e não somente pedir e pedir.
Veja a prepotência do homem:
“Eis o que diz o Senhor Javé: Teu coração elevou-se; tu disseste: sou um deus assentado sobre um trono divino no coração do mar. Quando não passas de um homem e não és um deus, tu te julgas em teu coração igual a Deus. Sem dúvida, eis-te mais sábio que Daniel, nenhum mistério te é obscuro. É por tua sutil inteligência que adquiriste bens, e cumulaste ouro e prata em teus tesouros. Por tua grande habilidade comercial tens aumentado as tuas riquezas, e teu coração se ensoberbeceu” (Ezequiel 28, 2-5).
Tem gente que diz que não precisa rezar porque já tem tudo. Mas Deus diz: “tu és pó”. Tem gente que se acha tão grande, mas daí morre, e tudo fica para trás. Passa um tempo e cai no esquecimento.
Você sabe do que precisamos fazer agora diante de tanta soberba? Irmos uma vez por mês receber o abraço de Deus confessando nossos pecados. O combatente é aquele que confessa. Aquele que vai diante do confessor e diz: “Senhor eu vim pedir perdão porque aquele dia eu briguei com o Senhor porque não me deste um emprego”. Que é homem Senhor para dele lembrares tanto assim, e eu aqui murmurando?! Temos que fazer como filho pródigo: “Senhor peguei contra ti e contra o céu, não sou digno de ser chamado seu filho, mas estou aqui”. E Deus está ali nos esperando de braços abertos para nos abraçar. “Senhor eu abortei, mas não quero mais fazer isso,” e Deus te chama e lhe dá um abraço e faz festa com sua volta. Deus faz festa quando o pecador volta.
Os mais santos devem se confessar pelo menos uma vez por mês. A gente fica com vergonha de confessar, mas como somos católicos, temos que procurar um padre para nos confessar, é como Deus quis para a Igreja Católica. “Que é o homem para dele lembrardes tanto assim?” Tem gente que esquece que pecou, fica tão envolvido com coisas, e esquece, mas é preciso confessar.
Deus quer te dar um abraço, te dar um beijo e fazer festa. E você está demorando por quê?
Fonte: Canção Nova: Padre José Augusto
Transcrição e adaptação: Willieny Isaias