domingo, 31 de outubro de 2010

Novos Carismas São Responsáveis Pelo Futuro Da Igreja


Paula Dizaró / CN Roma
'A Renovação Carismática é uma erupção do Espírito Santo nesta sociedade que despreza Deus', afirmou Matteo Calisi
"A Igreja através do Magistério Pontifício considera o florescer de novas comunidades um evento extraordinário do Espírito Santo que está destinado a caracterizar  o futuro da Igreja”. Foi o que afirmou nesta quinta-feira, 28, o presidente daFraternidade Católica e membro do Pontifício Conselho para os Leigos, Matteo Calisi, na primeira palestra do encontro mundial das novas comunidades.
Em seu painel intitulado “Anunciar Jesus Cristo, caminho, verdade e vida”, Matteo Calisi falou aos representantes das diversas comunidades dos cinco continentes presentes  no XIV Congresso Internacional da Fraternidade Católica das Novas Comunidades na cidade de Assis, na Itália.
No Pentecostes de 1998, o Papa João Paulo II disse, que dentro da Renovação Carismática, a Fraternidade Católica tem o objetivo específico de manter a identidade católica e encorajar outras comunidades a terem uma estreita ligação com os bispos e com o Pontífice Romano. “Aquilo que está em jogo não é simplesmente o exame de algum carisma particular, mas  um fenômeno global", enfatizou Matteo Calisi.
Calisi ressaltou que os representantes das comunidades de todo mundo receberam um especial mandato de Deus. “Vocês são muito importantes no plano do Senhor e estão no coração do Santo Padre”, exaltou.
O presidente da Fraternidade Católica alertou para que estes dons de Deus, que são novos carismas, sejam  preservados. “Ainda se trata de algo novo que precisa ser conhecido e explorado e ao mesmo tempo protegido”, destacou. Calisi disse ainda que todos deveriam se comprometer com responsabilidade para com este fruto da Igreja.

Nova Evangelização

Sobre a Nova Evangelização, o presidente da Fraternidade Católica destacou que os novos carismas são o aspecto mais luminoso, porque recolhem e movem milhões de leigos nos ambientes mais diversos, transformando a sociedade e levando o anúncio do Evangelho até mesmo às estruturas mais tradicionais da Igreja.
“Portanto, este florescer das comunidades está no coração do Papa e é uma grande esperança para a Igreja. É claro que será preciso tempo para purificar, pois ainda existem muitos aspectos humanos. É preciso separar o joio e o trigo”, salientou. Para Calisi, o pai de todos os carismas é o discernimento.
Para muitos, foi quase um choque esta efusão do Espírito Santo em homens e mulheres. “É como um pacote de presente que ainda está fechado, mas quando se descobre esta presença do Espírito Santo no mundo, é o Deus do Céu que veio morar no meio dos homens. Somente pela contemplação é possível entender”, enfatizou.

Renovação Carismática, um fenômeno contemporâneo

Na realidade, são infinitas todas as riquezas que os carismas têm, e elas são maiores do que podemos compreender. “A Renovação Carismática é um fenômeno contemporâneo. É um movimento de busca insaciável pela presença de Deus que queima e não se consome”, ressaltou o membro do Pontifício Conselho para os Leigos.
Para ele, a Renovação Carismática é a audácia da transformação. “Deus não mora em edifícios feitos de pedra, mas dentro de homens e mulheres. Não acredito que a Renovação é uma moda, mas uma experiência eterna . A Renovação Carismática não inventou nada, mas retomou algumas coisas que foram esquecidas. O que vale não é o aspecto exterior, mas o que se realiza no interior”, destacou Matteo Calisi.
A Renovação Carismática é uma erupção do Espírito Santo nesta sociedade que despreza Deus. Calisi salientou que, no norte da Europa, muitas igrejas se transformaram em museus, mas, no Brasil, a situação é bem diferente.  Antes, o Brasil era porto de chegada para muitas congregações missionárias, mas, hoje, é dele que partem missionários para todo mundo. “O evento da Renovação Carismática Católica é a contestação do Espírito. Milhões de cristãos estão vivendo uma genuína experiência de Deus”, sublinhou.
O presidente da Fraternidade Católica salientou também que a a boa nova ainda não se tornou “notícia na mídia”, existindo pessoas que não a receberam, e portar esta boa nova é a missão dos cristãos.

Deus Escolhe Os Pequenos Para Fazerem Grandes Coisas

Dom Michael Santier, preside Missa no 14ª Conferência Internacional da Fraternidade Católica
O bispo da cidade de Créteil, na França, Dom Michael Santier, enfatizou na Santa Missa deste sábado, 30, que as Novas Comunidades precisam viver a humildade, para que unidas possam levar o anúncio do Reino do Céu. "Humildade conduz a união, mas se pararmos em nós mesmo, passamos a não precisar dos outros, e é a união entre nós que nos leva cada vez mais longe ao serviço da humanidade", afirmou.
Neste terceiro dia da XVI Conferência Internacional daFraternidade Católica das Novas Comunidades, que acontece em Assis, na Itália, Dom Michael lembrou quando o CardealStanislaw Rylko citou as palavras de Bento XVI. "As Novas Comunidades portam os frutos para a Igreja quando estão inseridas nas paróquias com humildade".
Durante o sermão o celebrante enfatizou as palavras de São Paulo, que foi lida na liturgia eucarística da celebração. "Já não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim". O bispo relatou a audácia de São Paulo ao afirmar: "É Cristo que vive em mim". "Essas palavras foram um grito de fé, de louvor, de amor, de alegria, e de ação de graça e não vem de Paulo, mas do poder do Espírito Santo", explicou.
Ainda durante seu discurso o presidente da celebração salientou que a humildade é o caminho para anunciar a Boa Nova. E exortou as Novas Comunidades a não desejarem o primeiro lugar. "Muitas vezes os movimentos desejam ser os mais queridos, lembremos quando Jesus diz aos seus discípulos o que vocês discutem, os discípulos baixaram o olhar, pois haviam discutido quem deles era o melhor, como diz São Marcos, eles nada compreenderam porque Jesus vinha anunciar a sua sua morte de cruz e ressurreição".
Encerrando a homilia Dom Michel convidou o clero presente na celebração para interceder pelos membros das Novas Comunidades. "Caros amigos bispos, padres e diáconos precisamos da sua oração para recebermos o dom de humildade e serviço, e nesta Eucaristia vamos rezar para que cada uma das comunidades recebam este dom, para que o Senhor possa manifestar através de nós".




Fraternidade Católica
A Fraternidade Católica é um organismo criado pelo Pontifício Conselho para os Leigos que tem o objetivo de integrar as Novas Comunidades Católicas da Renovação Carismática Católica (RCC). Elas abrem espaço para que o leigo católico participe mais ativamente da vida da Igreja. Nessas comunidades, religiosos e famílias vivem e trabalham juntos em prol da evangelização.
De acordo com Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolita de Belém (PA) e Conselheiro Espiritual da Fraternidade Católica, "As Novas Comunidades expressam a solicitude de Deus, que envia o seu Espírito Santo para dar resposta às diversas situações da Igreja e da sociedade".
De 28 a 31 de outubro, a TV e o Portal Canção Nova realizam a cobertura jornalística da 14ª Conferência Internacional da Fraternidade Católica, promovidos pelo Pontifício Conselho para os Leigos, em Assis, Itália.

Cardeal Aponta Os Desafios Das Novas Comunidades

"A Caridade de Cristo e os desafios que esperam pela Fraternidade Católica" foram discursado pelo Presidente Emérito do Pontifício Conselho "Cor Unum" Cardeal Paul Josef Cordes, durante o Congresso Internacional da Fraternidade Católica das Novas Comunidades de Vida e Aliança, neste domingo, 31, em Assis na Itália.
O cardeal disse que no Novo Testamento se aprende como o Espírito Santo envia os cristãos para a missão, e que às vezes ele se questiona por que os grupos da Renovação Carismática Católica (RCC) nascem e morrem tão facilmente. "É a tentação, a falta de discernimento para distinguir a vontade de Deus", explicou.
Dom Paul falou também que o egocentrismo tem feito muito mal as manifestações do Espírito Santo. A básica lei da salvação é seguir a intimidade com Deus, mas não uma busca egoísta, mas sim uma busca que nos leva a obediência, ensinou.
Sobre o crescimento da fé, o cardeal orientou que para crescer na fé é preciso crescer na bondade e sofrimento. E ainda revelou que as pessoas não querem acreditar na cruz, "é no gólgota que Jesus apresenta o presente do Espírito Santo". 
Ao falar de religião Dom Josef apontou que muitas pessoas enxergam a religião como um paliativo para a vida, e isso faz da vida um transtorno. "Muitos pensam que a religião é para ter uma vida mais leve, descompromissada", e continuou "sinto compaixão das pessoas que caíram e não tem quem as ajude"
O cardeal explicou que é necessário que as comunidades permaneçam unidas, que Deus criou o homem para que sejam uns com os outros, e que todos necessitam de companheiros de caminhada.
Dom Paul lembrou dos discursos do Papa Bento XVI que tem falado para os fiéis olharem para Jesus, seguirem Jesus. Observou também que a grande maioria dos fiéis têm uma tendência de na lista de prioridades colocarem em último lugar o relacionamento com Deus e mostrou que o Evangelho diz que Deus deve ser a maior prioridade.“Nunca será perdido o tempo que passamos com Deus, mas será o tempo mais precioso”, pontualizou.
Ao final do discurso o cardeal pediu aos movimentos que não deixassem que o orgulho e a vaidade tomassem conta de seus ministérios, pois isso acabaria com a comunidade. "A tentação existe e pode estar dentro dos movimentos, mas ela pode ser desterrada se sua vida estiver enraizada em Deus", concluiu.


Fraternidade Católica
A Fraternidade Católica é um organismo criado pelo Pontifício Conselho para os Leigos com o objetivo de integrar as Novas Comunidades Católicas da Renovação Carismática Católica (RCC). Elas abrem espaço para que o leigo católico participe mais ativamente da vida da Igreja. Nessas comunidades, religiosos e famílias vivem e trabalham juntos em prol da evangelização.



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Nada Substitui A Alegria Que Deus Quer Dar Ao Homem

''Quem é disponível para receber Jesus em sua casa, se torna instrumento de salvação para os outros'', diz Dom Josef

Em sua homilia, Dom Josef refletiu sobre o Evangelho deste domingo (Lc 19, 1-10) que fala sobre o esforço de Zaqueu para ver Jesus. O prelado afirmou que também nós temos essa "fome pelo divino". "Sentimos isso nos momentos que nos recolhemos, no anseio de experimentar essa proximidade com o Senhor, ter esse gosto de que Deus está com a gente", destacou. 

"Zaqueu era pequeno e, para ver Jesus, ele precisou superar esse impedimento. Sendo assim, ele nos ensina que não podemos desanimar ou desistir com as dificuldades que encontramos no caminho (...) Ele supera a distância, o medo para encontrar Jesus", explicou Dom Josef.
O cardeal recordou que, nós também, um dia "nos aproximamos de Jesus e fizemos a experiência de sua presença através do Batismo no Espírito Santo", experimentamos "esse gosto que nos dá fome de alegria e intimidade", e que nos leva a buscarmos de novo o Senhor.
"O Espírito Santo nos moveu... Ele nos deu a força e coragem de subir nas árvores, e isso não se faz num único salto. Todos os dias precisamos nos aproximar, um pouco mais, de Jesus. Iremos encontrar novos impedimentos - a falta de tempo, os deveres sociais, as falsas diversões - que pretendem substituir a alegria que Deus tem para o homem", ressaltou.
Dom Josef disse ainda que precisamos seguir a moção do Espírito Santo de buscar Jesus, "no momento em que Ele nos inspira, pois se deixarmos para depois, não dá tempo", nos perdemos nos afazeres.
E destacou que "quem é disponível para receber Jesus em sua casa, se torna instrumento de salvação para os outros". "Há uma dupla necessidade de experimentar a Deus, mas também de levar essa alegria aos outros (...) Comunicar aos outros nosso desejo de Deus. Ele nos tocou com o Espírito Santo e assim aumentou a força da missão".O cardeal concluiu a homilia destacando que "os homens precisam muito descobrir Jesus Cristo". 

domingo, 24 de outubro de 2010

Seu coração é terra de missão

Deus não fica preso nas aparências, Ele percebe o coração, e isso é desafiador, com Deus não se brinca.

Na Carta de São Paulo a Timóteo [II Tim.4,6-8.16-18], Paulo escreve com uma doçura que combateu um bom combate, ele não desanimou diante das provações. Aquele que reza não murmura diante da provação. A provação virá, mas cabe a nós, pelo menos, não murmurar. Quando a provação vem, a gente chora porque dói, mas a força de não murmurar só poderá vir pela oração.

No Evangelho [Lucas 18,9-14] aparece dois tipos de oração: um que se dizia bom e outro que se reconhecia necessitado da misericórdia de Deus. Hoje Deus nos dá a receita para a disposição para oração, precisamos estar plugados em algo que não está perto. Hoje muita gente brinca com essa realidade virtual, tomam decisões reais no mundo virtual, mas que terá consequências no mundo real.

Nós temos o dever de na comunicação virtual transmitir para o outro a Verdade, essa Verdade precisa estar plugada em nós para a transmitirmos aos outros. Mais importante que ter contato com a informação é ter contato com as pessoas que foram transformadas pela informação. Antes de colocar a informação você precisa ser tocado por ela. Precisamos antes de tudo ter uma experiência real com o Senhor.

A experiência pessoal exige um encontro real. Seja ousado na missão que o Senhor lhe confiou, coloque em prática o que você aprendeu, mas seja ousado de você primeiro fazer uma experiência. O que nosso coração quer é ter acesso ao coração habitado pelo Senhor. A sua missão começa dentro do seu coração, seu coração é terra de missão. Deus te convida a ser ousado na oração, isso sim, muda as pessoas.

Encontrar um coração cheio do amor de Deus, muda a vida das pessoas. A nossa missão é muito grande, mas tudo começa com o Senhor.


Queridos irmãos, hoje o Senhor nos dá um grande presente, a disposição que devemos ter para a oração. Nós não merecemos o que pedimos a Deus, mas não devemos desistir de pedir, e hoje a liturgia nos ensina como pedir. [Liturgia diária]


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Padre Delton Filho
Sacerdote diocesano, cantor, compositor e fundador da Comunidade Coração Fiel.