Tá bom que aquele folheto litúrgico "O Domingo" presta um verdadeiro desserviço à Santa Missa, mas as coisas pioram sempre; o abismo é o limite. Normalmente a podridão ficava nas tais orações da assembléia..comunista ou então nas colunas dos paulinos que só defendem a Teologia da Libertação e a deformação do sentido sacrificial da Missa. Entretanto, nesse Domingo a pedrada começou já no comentário aos ritos iniciais:
"Irmãos e irmãs, neste domingo o Senhor nos convida à caridade, a verdadeira liturgia que agrada a Deus. Religião não é tanto realizar uma série de ritos de purificação, mas, sim, fazer a opção pelo seu projeto, que se concretiza na prática da solidariedade. Celebremos o dia do catequista, agradecendo a evangelização que esses generosos servidores realizam"
Alguém me explique o que é isso?! Primeiro, quando o texto fala que a caridade é a verdadeira liturgia, querendo ou não, faz alusão a uma falsa liturgia, e qual seria esta, por acaso? Não é necessário se esforçar para concluir que há, nesse primeiro comentário, uma subvalorização do esplendor litúrgico em contraste a uma excessiva glorificação do materialismo assistencialista - que não é a verdadeira caridade que não prima pelo reino da matéria.
A maior pérola, sem dúvida alguma, é o papo de que a religião se concretiza na prática de solidariedade. Ora, seria a Igreja uma ONG e eu não sabia? Onde aparece Deus na história? Não aparece, afinal para esse pessoal da pesada a religião tem um fim libertador, apenas uma ferramenta de transformação social. Pode até ser que o nome de Cristo esteja salpicado entre um discurso e outro, mas quase sempre embebido numa certa compreensão de cunho socializante que naturaliza a realidade sobrenatural da Revelação e de todo o cristianismo. Não por menos, quando a Teologia da Libertação foi condenada no documento "Libertatis Nuntius", este afirmou categoricamente que tal heresia "propõe uma interpretação inovadora do conteúdo da fé e da existência cristã, interpretação que se afasta gravemente da fé da Igreja, mais ainda, constitui uma negação prática dessa fé."
Deus nos livre do folheto "O Domingo" e das suas heresias! Temos que pensar numa função melhor para tanto papel!